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Ensino Médio (201)
Teoria dos conjuntos


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Introdução aos conjuntos

No estudo de Conjuntos, trabalhamos com alguns conceitos primitivos, que devem ser entendidos e aceitos sem definição.
Para um estudo mais aprofundado sobre a Teoria dos Conjuntos, pode-se ler: Naive Set Theory, Paul Halmos ou Axiomatic Set Theory, P. Suppes.
O primeiro deles foi traduzido para o português sob o título (nada ingênuo de): Teoria Ingênua dos Conjuntos.


Alguns conceitos primitivos
  • Conjunto
    • O conjunto de todos os brasileiros
    • O conjunto de todos os números naturais
    • O conjunto de todos os números reais tal que x2-4=0

    Em geral, um conjunto é denotado por uma letra maiúscula do alfabeto: A,B,C,...,Z.


  • Elemento
    • José da Silva é um elemento do conjunto dos brasileiros.
    • 1 é um elemento do conjunto dos números naturais.
    • -2 é um elemento do conjunto dos números reais que satisfaz à equação x 2 - 4 = 0.

    Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado por uma letra minúscula do alfabeto: a,b,c,...,z.

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  • Pertinência
    • José da Silva pertence ao conjunto dos brasileiros.
    • 1 pertence ao conjunto dos números naturais.
    • -2 pertence ao conjunto de números reais que satisfaz à equação x 2 - 4 = 0.

    Se um elemento pertence a um conjunto utilizamos o símbolo: pertence, que se lê: "pertence". Para afirmar que 1 é um número natural, escrevemos:

    1 pertence a N

    Para afirmar que 0 não é um número natural, escrevemos:

    0 não pertence a N

    Um símbolo matemático para a negação é a barra /.


Algumas notações para conjuntos

Um conjunto é denotado, muitas vezes com elementos dentro de duas chaves { e }, através de duas formas básicas e de uma forma geométrica:

  • Apresentação

    Os elementos do conjunto estão dentro de duas chaves { e }.

    • A = { a, e, i, o, u }
    • N = { 1, 2, 3, 4, ... }
    • M = { João, Maria, José }

  • Propriedade

    O conjunto é descrito por uma ou mais propriedades.

    • A = { x : x é uma vogal}
    • N = { x : x é um número natural}
    • M = { x : x é uma pessoa da família de Maria}

  • Diagrama de Venn-Euler (lê-se: "Ven-óiler")

    Os conjuntos são mostrados graficamente.


Subconjuntos

Dados os conjuntos A e B, diz-se que A está contido em B, denotado por , se todos os elementos de A também estão em B. Algumas vezes diremos que um conjunto A está propriamente contido em B, quando o conjunto B, além de conter os elementos de A, contém também outros elementos. O conjunto A é denominado subconjunto de B e o conjunto B é o superconjunto que contém A.


Alguns conjuntos especiais
  • Conjunto vazio
    Conjunto que não tem elementos. É representado por { } ou por Ø. O conjunto vazio está contido em todos os conjuntos.

  • Conjunto universo
    É o conjunto que contém todos os elementos do contexto no qual estamos trabalhando e também contém todos os conjuntos desse contexto. O conjunto universo é representado por uma letra U quadrada. Na sequência não mais usaremos o conjunto universo.


Reunião de conjuntos

A reunião dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A ou ao conjunto B.



Interseção de conjuntos

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e ao conjunto B.


Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto vazio, dizemos que estes conjuntos são disjuntos.


Propriedades dos conjuntos
  • Fechamento
    Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, então a reunião de A e B, denotada por A U B e a interseção de A e B, denotada por AB, ainda são conjuntos no universo.

  • Reflexiva
    Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que:
    A U A = A
    A A = A

  • Inclusão
    Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:
    A A U B, B A U B
    A B A , A B B

  • Inclusão relacionada
    Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:
    AB <=> AUB=B
    AB <=> AB=A

  • Associativa
    Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que:
    A U ( B U C ) = ( A U B ) U C
    A(BC) = (AB)C

  • Comutativa
    Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:
    AUB=BUA
    AB=BA

  • Elemento neutro para a reunião
    O conjunto vazio Ø é o elemento neutro para a reunião de conjuntos, tal que para todo conjunto A, se tem:
    A U Ø=A

  • Elemento "nulo" para a interseção
    Se tomarmos a interseção do conjunto vazio Ø com qualquer outro conjunto A, teremos o próprio conjunto vazio.
    AØ=Ø

  • Elemento neutro para a interseção
    O conjunto universo U é o elemento neutro para a interseção de conjuntos, tal que para todo conjunto A, se tem:
    A U = A

  • Distributiva
    Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que:
    A ( B U C ) = ( A B ) U ( A C )
    A U ( B C ) = ( A U B ) (A U C )


    Diferença de conjuntos

    A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto B.



    Complemento de um conjunto

    O complemento do conjunto B contido no conjunto A, denotado por C BA, é a diferença entre os conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto B.

    Quando não existe dúvida sobre o universo U em que trabalhamos, simplesmente utilizamos a letra c colocada como um expoente no conjunto, para indicar o complemento deste conjunto.


    Alguns exemplos especiais são:


    Leis de Augustus De Morgan

    O complementar da reunião de conjuntos é a interseção dos complementares desses conjuntos.

    Lei de De Morgan número 1

    O complementar da interseção de conjuntos é a reunião dos complementares desses conjuntos.

    Lei de De Morgan número 2


    Diferença simétrica

    A diferença simétrica entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem à reunião dos conjuntos A e B e não pertencem à interseção dos conjuntos A e B.


    Exercício: A partir de conjuntos A, B e C, mostrar que:

    1. A=Ø se, e somente se, B é a diferença simétrica entre A e B.
    2. Com base no ítem anterior, concluir que o conjunto vazio é o elemento neutro para a operação de diferença simétrica.
    3. A diferença simétrica é comutativa.
    4. A diferença simétrica é associativa.
    5. A diferença simétrica entre A e A é o conjunto vazio.
    6. A interseção entre A e a diferença simétrica de B e C é distributiva, isto é:
      Diferença simétrica distributiva 1
    7. A diferença simétrica entre A e B está propriamente contida na reunião das diferenças simétricas de A e C e de B e C, isto é:
      Diferença simétrica distributiva 2

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